domingo, 27 de outubro de 2013

Alexandre Magno contra Diógenes



Houve na Grécia Antiga, um filósofo que se chamava Diógenes que viveu aproximadamente entre 412 e 323 a.c. Por ser originário de Sínope também é conhecido como Diógenes de Sínope. Não obstante, passou grande parte de sua vida em Atenas e em Corinto.
Diógenes era um filósofo cínico. Os cínicos eram um grupo de filósofos que viviam de forma muito austera, além de serem campeões da ironia ao debater. Por isso até hoje dizemos que uma pessoa está fazendo cinismo quando ela é irônica.
Conta-se que Diógenes vivia em um tonel e em seu comportamento tentava imitar algumas características dos cães. Os cães comem qualquer coisa, dormem em qualquer lugar, vivem o presente sem se preocupar pelo que não pode controlar do futuro. Esses animais também sabem distinguir o amigo do inimigo instintivamente e reagem com honestidade diante da verdade.
Uma das muitas anedotas que se conta sobre Diógenes foi o seu encontro com Alexandre Magno, de quem não aceitou nenhuma proposta, e cinicamente lhe pediu que não lhe tirasse o sol ao fazer sombra sobre ele durante a conversa.  Ramón de Campoamor, um poeta espanhol do século XIX, assim retratou esse encontro:

Duas grandezas
Ramón de Campoamor


Um altivo, outro sem lei,
Assim os dois falando estão:
_ Eu sou Alexandre, o rei.
_ E eu Diógenes, o cão.

_ Venho fazer-te mais honrada
tua vida de caracol.
O que quer de mim?
_ Eu, nada;
que não me tires o sol.

_ Meu poder... é assombroso,
_ Porém a mim, nada me assombra.
_Eu posso fazê-lo ditoso.
_ O sejas, não fazendo-me sombra.

_Terás riquezas sem taxa,
um palácio e um dossel.
_ E para que quero casa
mais grande que este tonel?

_ Mantos reais gastarás
de ouro e seda.
_ Nada, nada! Não vês que melhor não me darás
que esta capa remendada?

_ Ricos manjares devoro.
_ Eu com pão duro me conformo.
_ Bebo o Chipre em taças de ouro.
_ Eu na mão água bebo.

_Mandarei quanto tu mandes.
_Vaidade de coisas vãs!
E a umas misérias tão grandes
as chamais felicidades humanas?

_ Meu poder a quem geme
vai com glória socorrer.
_A glória! Capa do crime;
crime sem capa. O poder!

_ Toda a terra, iracundo,
tenho prostrada diante de mim.
_ E és dono do mundo,
não sendo de ti dono enfim?

_Eu sei que, do orbe dono,
serei do mundo, o ditoso.
_Eu sei que teu último sono
Será teu primeiro repouso.

_Eu imponho ao meu arbítrio leis.
_ Tanto de injusto ostentas?
_ Levo vencido cem reis.
_ Bom bandido de coroas.

_ Viver poderei aborrecido,
mas não morrerei olvidado.
_ Viverei desconhecido,
mas nunca morrerei odiado.

_ Adeus, pois romper não posso
de teu cinismo o crisol.
_Adeus! Como fico ditoso,
Pois não me tiras o sol!

E ao partir, ambos com ofensas em cambio,
Um altivo, outro implacável:
_ Miserável disse o sábio;
e o rei disse: _ Miserável!

(Tradução de Diogo de Oliveira Leão)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Título original: Batman, o contra-revolucionário
 
Por Felipe Melo | Brasília | Juventude Conservadora da UnB | Certamente este texto parecerá absurdamente estranho para aqueles que estão mais acostumados a ler o blog da Juventude Conservadora da UNB. Haverá aqueles que torcerão o nariz ao verem uma pretensa análise político-filosófica de um blockbuster hollywoodiano baseado em uma história em quadrinhos, considerando isso ora um arroubo de superficialidade frívola, ora uma tremenda “forçação de barra” que mistura cultura pop com pseudo-intelectualidade conservadora. No entanto, ele se faz bastante necessário, e entenderão aqueles que tenham assistido ao filme e que entendam minimamente de filosofia política. [Atenção, daqui em diante, o texto contém spoilers do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge].
Muito provavelmente, Christopher Nolan, diretor e co-roteirista da mais recente trilogia cinematográfica do Homem-Morcego (interpretado por Christian Bale), jamais teve a pretensão de fazer um filme filosófica e politicamente orientado sob o disfarce de película de altíssimo apelo comercial. Todavia, fica claro que Nolan teve o cuidado de tecer uma trama que não fosse superficial ou óbvia: conflitos e dilemas morais permeiam todo o filme, do início ao fim, e simbolizam, sob diversos aspectos, o ressurgimento ao qual alude o título. Acidentalmente (ou não), o enredo de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge enfoca uma das grandes verdades da história humana: a essência perversa da mente revolucionária.
O vilão do filme, ao contrário do que possa parecer, não é o impiedoso Bane (Tom Hardy), ou a fatal Talia al Ghul – disfarçada como a empresária Miranda Tate (Marion Cotillard) –, mas a crença de que a única alternativa para purgar a corrupção e a decadência da sociedade atual é reduzi-la a pó de modo a construir uma nova sociedade, baseada em um novo homem. Esse processo de “destruição criativa” se dá através da violência tanto física quanto simbólica  e moral: não basta explodir prédios, sequestrar, roubar ou matar, mas é imprescindível disseminar o caos, solapar as instituições e inocular profundamente nos indivíduos o veneno revolucionário. O vilão do filme não é feito de carne, mas de ideias; não é um corpo, mas um espírito: o espírito da revolução.

Bane e Talia são os líderes da Liga das Sombras, fundada por Ra’s al Ghul (Liam Neeson). O objetivo principal da Liga das Sombras é combater a “degenerescência moral” onde estiver, utilizando, para isso, todos os meios disponíveis. Para a Liga das Sombras, nenhum meio é ilícito ou imoral em si mesmo: o que define sua ilicitude ou imoralidade são os objetivos que se almeja através de seu uso. Os membros da Liga são profundamente comprometidos com esse ideal, chegando a extremos de sacrifício – como o sicário de Bane que, voluntária e alegremente, permanece no avião da CIA que é derrubado no Uzbequistão, na primeira cena do filme. O próprio Bane mostra-se o vilão mais perigoso dos três filmes de Batman justamente por causa de sua obsessão idealista: todos os seus esforços, por menores que sejam, estão plenamente dirigidos para a concretização do projeto revolucionário da Liga das Sombras; nenhum de seus movimentos é desperdiçado em interesses e problemas secundários, pois todo o seu ser está devotado à causa.
Outra característica marcante de Bane é a crença sólida na superioridade moral sua e de sua causa: a única saída para combater a decadência e as injustiças presentes na sociedade de Gotham é destruir todos os valores, instituições e credos “corruptos”. O paciente está doente, mas a cura não reside na escolha do remédio mais amargo, mas na morte. As cenas de perseguições, assassinatos públicos, saques e julgamentos sumários são perturbadoramente idênticas àquelas que foram vistas em todos os processos revolucionários dos últimos 300 anos – na Revolução Francesa, na Comuna de Paris, na Revolução Bolchevique, e tantas outras. Lugar simbolicamente poderoso é a “suprema corte” revolucionária – comandada pelo Dr. Jonathan Crane (Cillian Murphy), mais conhecido como Espantalho, cuja droga alucinógena criada por si vitimou-o no primeiro filme da trilogia –, em que, a bem da verdade, os réus eram levados não para serem julgados, mas apenas para escutarem a sentença e escolherem entre o exílio e a morte.
O paralelismo entre os processos revolucionários que já atingiram a civilização ocidental e a hecatombe promovida pela Liga das Sombras no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge não para por aí. Ao promover a morte e a destruição no estádio de futebol americano de Gotham, Bane, dirigindo-se à multidão estarrecida e amedrontada, defende que eles não são novos opressores, mas libertadores, aqueles que farão com que os cidadãos de Gotham cumpram o destino ao qual foram chamados e tomem nas próprias mãos as rédeas não só de suas vidas, mas da vida da própria sociedade. Essa ideia enganosa é reforçada pela alegação de que o controle da bomba nuclear, que está em posse da Liga das Sombras, encontra-se nas mãos de uma pessoa comum, alguém “do povo”, e que, portanto, é o próprio povo que tem o controle sobre a situação. O mesmo discurso, em essência, tem sido utilizado ad nauseam por todos os líderes revolucionários que já pisaram e que ainda pisarão sobre a face da terra: a expropriação, o derramamento de sangue, os expurgos, tudo isso não são métodos violentos e opressivos para dobrar as pessoas, mas perfazem a libertação de que elas necessitam.
O terror revolucionário e sua perigosa obsessão pela “destruição criativa” são mais fortes do que os valores tradicionais sobre os quais a sociedade se erigiu – e que são representados pelo símbolo que é o Batman? Sim e não. O apelo sensacionalista e o potencial de deturpação pertencentes àqueles conseguem, num primeiro momento, grande aceitação junto à massa ignara; é como se, de fato, a superioridade moral da Liga das Sombras se manifestasse na ausência de amarras da velha moral e no seu esforço de pulverizar a velha sociedade. No entanto, a própria situação criada pela Liga das Sombras torna-se, com o passar do tempo, insustentável; os absurdos brotam, as máscaras caem, as verdadeiras intenções ficam expostas à incômoda luz da verdade.
Essa exposição, todavia, não acontece por si mesma, não é automática: ela necessita de agentes, é fruto de um ato positivo da vontade daqueles que sabem que, a despeito da degenerescência da sociedade, os valores tradicionais sobre os quais ela foi erigida são verdadeiros e perenes. Batman, por mais que seja um símbolo da luta pela manutenção desses valores, não é um símbolo que se sustenta por si mesmo: o comissário James Gordon (Gary Oldman), o detetive John Blake (Joseph Gordon-Levitt), o cientista Lucius Fox (Morgan Freeman), até mesmo o mordomo Alfred J. Pennyworth – que, em minha opinião, é o melhor personagem da trilogia, interpretado brilhantemente por Michael Caine –, bem como todos aqueles que voluntariamente se dispõem a lutar por esses valores, unem suas forças não apenas para dar o suporte necessário ao símbolo representado por Batman, mas também para trazer à luz as sinceras intenções da revolução.
Por que Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filme ao qual todo conservador deve assistir? Porque a sociedade ocidental está passando por um longo, sutil e aterrador processo revolucionário. Enquanto os líderes dessa revolução seduzem os incautos com seu afinadíssimo canto de sereia, violências as mais cruéis são cometidas diuturnamente contra aqueles que decidem ater-se aos valores tradicionais, relegados a nós há séculos, em nome de um novo mundo, de uma nova sociedade, enfim, de um novo homem. A soberania nacional dá lugar a um proto-autoritarismo supranacional, a inversão de valores é institucionalizada e aplicada com todo o rigor da lei, a objetividade da lei moral é substituída pelo subjetivismo discricionário, e, pouco a pouco, caminhamos rumo ao caos que, benevolamente, os revolucionários creem ser a “destruição criativa” necessária à fundação de um novo mundo.
As lições de determinação, firmeza, lealdade e honra de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge são inspiradoras para os poucos que ainda ousam resistir a esse mundo em colapso. E, certamente, a lição mais importante é: combater o espírito revolucionário é uma tarefa à qual devem se dedicar todos os que optaram pelos valores tradicionais. Nunca é demais lembrar que, em uma situação de guerra – exatamente o que estamos vivendo –, só há dois caminhos a se trilhar: o de vítimas indefesas ou de combatentes resolutos. Os valores que nos deram a vida que temos merecem que nos dediquemos à sua preservação, ainda que isso custe nossas próprias vidas. Não é uma decisão fácil, mas é inelutavelmente necessária. Não devemos fazê-lo apenas por nós mesmos: devemos fazê-lo por aqueles que deram seu sangue para que cheguemos até aqui, honrando sua memória e sua luta, e por aqueles que ainda virão, de modo que o mundo que herdem de nós seja menos perigoso, menos venenoso e mais afastado de diabólicos anseios revolucionários.
Felipe Melo é dirigente da Juventude Conservadora da Universidade de Brasília.
Éste texto foi publicado originalmente no 30 de julho de 2012 no blog da entidade.

terça-feira, 5 de junho de 2012

La Legión de Cristo y el Sagrado Corazón de Jesús

Por un sacerdote Legionario de Cristo

Reflexiones sobre el núcleo de carisma en la Legión y el RC [primera parte]

El Reino de Cristo

Cristo Rey, Reino del Corazón de Jesús, ¿de dónde vienen estas expresiones?
¿De dónde viene la fusión entre el la devoción al Corazón de Jesús y la de Cristo Rey?
La respuesta la encontramos al analizar la cultura católica de los tiempos en que se fundó la Legión de Cristo, sobre todo si tenemos en cuenta los documentos del magisterio pontificio de aquella época.

Pío XI

Merece un especial relieve el papa contemporáneo a los primeros intentos de fundación de la Legión: Pío XI. Elegido en 1922, su pontificado cubre el todo el período entre las dos guerras mundiales. Su lema episcopal era todo un programa: "Pax Christi en Regno Christi". En 1925 establece la fiesta de Cristo Rey con su encíclica Quas Primas; pero antes de hablar sobre el contenido de esta carta, pongámosla en el marco general de su pontificado.

El Pontificado de Pío XI

Pío XI parece sobre todo haber entendido que la evangelización ya no tendría como cauce ninguna alianza entre trono y altar, sino que se daría por la penetración del cristianismo en la sociedad a través de los seglares. Para ello organiza y estimula el crecimiento de la Acción Católica, su obra más querida, manifestando de este modo como aquél era el modelo por el cual imaginaba el futuro de la misión de la Iglesia. No duda en establecer concordatas con las nuevas repúblicas laicas. Acepta, por el Tratado de Letrán, la pérdida de los Estados Pontificios, contentándose con una garantía mínima de autonomía que fue el Estado Vaticano. Condena la Action Française, un movimiento de derechas, monárquico, que había seducido a muchos católicos, incluso algunos miembros del clero en Francia. En Dilectissima Nobis proclama la neutralidad de la Iglesia con relación a las formas de gobierno -monarquía o república, democracia o aristocracia- con tanto que garanticen los derechos de la Iglesia vinculados al cumplimiento de su misión. Defiende la libertad, sobre todo religiosa. Condena los totalitarismos (el fascismo, con el "non Abbiamo bisogno" el nazismo con "Mit brennender Sorge" y el comunismo con la Divini Redemptoris) y el "pacto de silencio" de las naciones libres antes que ellos. Tampoco ahorra críticas a la codicia del capitalismo en la Quadragesimo Anno. Todo su pontificado es una afirmación profética de la libertad e independencia de la Iglesia ante las pretensiones de omnipotencia de los poderes "de este mundo": el Estado, el Mercado, las ideologías paganas.

Establecido ya el marco de su pontificado, hagamos una última referencia para terminar de ubicar la encíclica Quas Primas, comentando una carta muy citada en ese documento: se trata de la encíclica Annum Sacrum de León XIII.

Annum Sacrum del Papa León XIII

En esta encíclica León XIII anunciaba un Año Santo, que culminaría con la consagración del mundo al Corazón de Jesús. Pasaba a explicar las razones de este acto, mostrando cómo Cristo tiene la soberanía sobre el mundo e incluso los no bautizados, dado que ha redimido a todos con su sangre. Declara: "Este poder de Cristo y este imperio sobre los hombres, se ejercen por la verdad, la justicia y sobre todo por la caridad". Más adelante añade: "Pediremos que Jesucristo, a Quien están sometidos "en cuanto a la potencia", les someta un día "en cuanto al ejercicio de esta potencia". Y esto, no solamente "en el siglo futuro, cuando impondrá su voluntad sobre todos los seres recompensando a los unos y castigando a los otros", sino aún en esta vida mortal, dándoles la fe y la santidad."

Concluye el Papa: "Puesto que el Sagrado Corazón es el símbolo y la imagen sensible de la caridad infinita de Jesucristo, caridad que nos impulsa a amarnos los unos a los otros, es natural que nos consagremos a este corazón tan santo. Obrar así, es darse y unirse a Jesucristo, pues los homenajes, señales de sumisión y de piedad que uno ofrece al divino Corazón, son referidos realmente y en propiedad a Cristo en persona". Quedan así unidas la devoción al Corazón de Jesus y la de Cristo Rey.

La Encíclica Quas Primas

El Papa Pío XI recuerda este acto de consagración y otros que se hacían anualmente desde Pio X. Pero le parece que este reconocimiento de la soberanía de Cristo tiene que ser parte integrante del año litúrgico, para que se le dé la debida importancia y sea recordado con frecuencia, principalmente teniendo en cuenta el laicismo moderno que busca relegar al olvido esta verdad de nuestra fe. La afirmación de la realeza de Cristo serviría como una especie de antídoto a las pretensiones totalitarias del Estado Moderno. De hecho, ella recuerda al cristiano que más allá del del poder político hay una Iglesia libre y soberana con una misión propia no asimilable a la del Estado. Y éste por su vez no es la última instancia: por encima de él hay otro Rey al que todos por igual, súbditos y autoridades, tendrán que responder. Los fieles son invitados a sacar a su Rey del escondrijo de los templos, donde los soberanos de este mundo le quieren encerrado, para proclamarlo públicamente como su Rey, sometiéndose a su autoridad suprema. Con todas estas motivaciones en mente Pío XI establece la fiesta litúrgica de Cristo Rey, que se celebra actualmente en el último domingo del tiempo común.

La aportación original del fundador [segunda parte]

El P. Maciel toma esta espiritualidad del Sagrado Corazón y de Cristo Rey y la utiliza como un leitmotiv para su obra. Hasta ahí no hay nada demasiado original; hay de hecho varias asociaciones constituidas en torno a estos temas, utilizando la imagen del Sagrado Corazón, nombres ligados a esta devoción y metáforas militares (y a veces algo más que metáforas, como en el caso de los cristeros, cuyo grito de ¡Viva Cristo Rey! se remete justamente al magisterio de Pío XI) para la defensa y la conquista del reino de Cristo.

Lo que el fundador aporta personalmente es una determinada opción metodológica: sus misioneros han de luchar contra el enemigo utilizando las mismas armas del enemigo. Le fascinan la eficacia de los poderes "de este mundo": la capacidad para captar y mistificar de los regímenes totalitarios; la disciplina y la obediencia de los soldados nazis; la astucia, las técnicas de captación y la infiltración de las células comunistas; los métodos para potenciar la eficacia que convierten a los hombres del Mercado y la Industria en máquinas de producir recursos y resultados numéricos. Los "hijos de la luz" estudiarán y aplicarán todas estas técnicas para que un día lleguen a ser astutos como los "hijos de las tinieblas": "Procurad cumplir hoy y siempre todos aquellos medios técnicos y prácticos que os aseguren más la victoria. Que Cristo no pueda reprocharnos el que seamos menos hábiles y astutos para obrar el bien que los hijos de Satanás para obrar el mal"… "Arrebatar las armas al enemigo y luchar aniquilándolo con las mismas" son expresiones que se encuentran de modo abundante en sus primeras cartas. Así se explican también las diversas palabras del vocabulario legionario y del Regnum Christi como "captar", "mistificar" y el famoso "heil Christus".

La ambigüedad fundamental

Esta opción fundamental por las armas del enemigo como metodología es, en mi opinión, la fuente de toda la ambigüedad que existe en el seno de la Legión y el Regnum Christi. Porque si el Reino de Cristo "no es de este mundo", entonces hay una manera propia y unas armas propias para luchar por él, que no coinciden con las "armas del enemigo". Cristo mismo es tentado por el Enemigo a empuñar las armas de la gloria y la riqueza para implantar su Reino, pero las rechaza con decisión.

En este caso, al contrario, se aceptan estos caminos y el resultado es una criatura híbrida, que a primera vista se parece con un instituto religioso pero un examen más atento revela que obedece a otra dinámica, extraña a la práxis de la vida religiosa y apostólica de la Iglesia y se remite más bien a criterios y metodologías propias del mundo:
a) Ad intra se tiene unos matizes típicos más de los métodos coercitivos de los regímenes totalitarios y las sectas modernas que de la tradición auténtica de la vida religiosa: la invasión de la conciencia, la hipernormatización y la vigilancia que infantilizan y crean dependencia psicológica, la centralización del poder y el mantenimiento de una nomenklatura con privilegios propios.
b) En el modo de proceder ad extra hay toda una metodología que corresponde más bien a una empresa interesada en incrementar el capital económico y humano que a una obra apostólica de la Iglesia. La obsesión por el control y los números, la fascinación por las dinámicas empresariales son algunos ejemplos de ello. Quizás el ejemplo más emblemático sea la creación de Integer, cuando se llegó a someter los religiosos a la autoridad de tecnócratas seglares.

Pero lo que quizás pervierta más profundamente la concepción de Pío XI acerca del Reino de Cristo es que el fundador pensaba en su obra como un proyecto de poder. El Papa vislumbraba una Iglesia libre de los poderes de este mundo con el fin de anunciar el Evangelio con independencia y valentía -como de hecho lo hizo- lejos de alianzas que sólo sirvieron en el pasado para instrumentalizarla. P. Maciel, por el contrario, quería renovar la alianza con las nuevas élites: "controlemos al mundo por medio de jefes seglares… para que logren escalar los primeros puestos en el gobierno de las naciones a fin de que devuelvan a la Santa Iglesia el lugar que se merece." Búsqueda del poder que se extendía también al ambiente eclesiástico, con el recurso inescrupuloso de todo un tráfico de favores e influencias, desde los primeros años de la fundación (así narraba como, a cambio de una entrevista con un cardenal amigo suyo, Álvaro del Portillo, del Opus Dei le obtuvo en 15 minutos el documento de aprobación canónica de la Legión).

Cultura interna de la Legión [tercera parte]

La vana ilusión de querer luchar por Cristo empuñando las armas del mundo y de Satanás -la mentira, la manipulación, la búsqueda del poder- se convirtió en una cultura interna profundamente arraigada en el seno de la Legión. Produce graves deformaciones en la conciencia de los miembros, hasta el punto que podemos hablar en ciertos casos de conciencia invenciblemente errónea. Algunos ejemplos de ello son:
a) El uso sistemático, institucional, de la no-verdad, las diversas formas de invasión de la conciencia y el abuso psicológico, conviven pacíficamente en la misma persona con una vida de piedad fielmente llevada, con la bondad, amabilidad y cortesía en el trato.
b) La admiración por los líderes "triple A", sus mansiones, su vida faustosa, la obsesión por captarlos, la vanagloria de haber disfrutado de sus comodidades, conviven con una pobreza ejemplar, capaz de depender del superior para comprarse un alfiler.
c) El discurso sobre la "autoconvicción" convive con una vigilancia externa constante y una práctica infantilizante de la dependencia, que en la práctica termina por atrofiar la conciencia y hacerla cada vez más necesitada de un monitoramiento externo.
d) La exigencia, de parte de los superiores, de obediencia delicada a las reglas convive sin problemas con el espectáculo de ver a los mismos superiores quebrantando ordinaria y habitualmente las mismas.
e) La predicación de la caridad delicada, exquisita, abnegada, convive con el abuso de los seglares, que tienen su tiempo, salud y medios explotados al máximo; y que, cuando ya no pueden aportar nada, son desechados e ignorados, dado que "tiempo es Reino de Cristo" y el legionario no pierde tiempo con quien no puede dar nada en cambio.

Conclusión

El comunicado del 1er de mayo de 2010, conteniendo las conclusiones de los visitadores apostólicos aprobadas y mandadas publicar por el Santo Padre, hablaba de una “profunda revisión” para quitar del seno de la Legión la influencia dañina de la mentalidad del fundador. Dicha revisión tenía como primera tarea "redefinir el carisma de la congregación de los Legionarios de Cristo, preservando el núcleo verdadero, el de la "Militia Christi", que caracteriza la acción apostólica y misionera de la Iglesia y que no se identifica con el eficientismo a toda costa." Después hablaba del ejercicio de la autoridad, "que debe estar unida a la verdad, para respetar la conciencia y desarrollarse a la luz del Evangelio como auténtico servicio eclesial". Ahí se apuntan las dos dimensiones, ad intra y ad extra, que traen esta contaminación de prácticas y métodos propios del mundo y del Enemigo. Llevar a cabo la revisión deseada por el Papa significará un esfuerzo de poner, en lugar de las concepciones erróneas del P. Maciel, las enseñanzas seguras del Magisterio de la Iglesia.
a) ad intra: abrirse, como pedía el Delegado Pontificio en su carta de octubre de 2010, a la renovación postconciliar de la disciplina y el ejercicio de la autoridad, tal como vienen descritas en el Magisterio auténtico de la Iglesia, abandonando con decisión lo que tiene una raíz más bien en principios extraños a la vida religiosa.
b) ad extra: volver a lo que podríamos definir como nuestro principio fundacional -la llamada que hicieron los pontífices en nombre de toda la Iglesia, a militar con entusiasmo y celo por el Reino de Cristo- confiando en las armas de Cristo: justicia, verdad, caridad, y rechazando con decisión los métodos del Enemigo, que fueron tristemente acogidos en nuestro seno y han producido tantos malos frutos en las almas.

Para nuestra reflexión termino con esta definición del Reino de Cristo que se encuentra en el Credo del Pueblo de Dios, de Pablo VI:
27. Confesamos igualmente que el reino de Dios, que ha tenido en la Iglesia de Cristo sus comienzos aquí en la tierra, no es de este mundo (cf. Jn 18,36), cuya figura pasa (cf. 1Cor 7,31), y también que sus crecimientos propios no pueden juzgarse idénticos al progreso de la cultura de la humanidad o de las ciencias o de las artes técnicas, sino que consiste en que se conozcan cada vez más profundamente las riquezas insondables de Cristo, en que se ponga cada vez con mayor constancia la esperanza en los bienes eternos, en que cada vez más ardientemente se responda al amor de Dios; finalmente, en que la gracia y la santidad se difundan cada vez más abundantemente entre los hombres.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A "prova viva" da existência da rede clandestina de Pio XII em auxílio dos judeus

A "prova viva" da existência da rede clandestina de Pio XII em auxílio dos judeus
Entrevista com um de seus membros, o padre Giancarlo Centioni

Por Jesús Colina



ROMA, quinta-feira, 14 de janeiro de 2010 (ZENIT.org).- Alguns setores da opinião pública têm pedido, em semanas recentes, provas da ajuda oferecida por Pio XII aos judeus durante a perseguição nazista. O sacerdote italiano Giancarlo Centioni, 97 anos, é uma das provas vivas, já que é o último membro vivo da rede clandestina criada pelo Papa Pacelli.

Entre 1940 a 1945, Centioni foi capelão militar em Roma na Milícia Voluntária pela Segurança Nacional, tendo vivido com sacerdotes alemães da Sociedade do Apostolado Católico. “Na condição de capelão fascista, era mais fácil para mim ajudar os judeus ", disse ele, explicando por que foi escolhido para participar da arriscada operação.

“Meus colegas sacerdotes palotinos provenientes de Hamburgo tinham fundado uma sociedade denominada "Verein Rafael '(Society of San Raffaele), criada para prestar auxílio aos judeus", revelou.

Um dos objetivos da rede era dar suporte à fuga de judeus da Alemanha, através da Itália, em direção à Suíça ou Portugal, motivo pelo qual a rede contava com membros nos quatro países.
Na Alemanha, lembra o padre Centioni, a sociedade era dirigida pelo padre Josef Kentenich, conhecido em todo o mundo como o fundador do Movimento Apostólico de Schönstatt.

Posteriormente, este sacerdote acabou sendo preso e mantido num campo de concentração até o final da guerra.

“Em Roma, o líder de todas estas atividades era o padre Anton Weber, o qual tinha contato direto com Pio XII e sua secretaria”, explicou.

Uma das principais atividades da rede consistia em obter passaportes para que as famílias judias pudessem deixar a Alemanha.

“Estes passaportes eram obtidos diretamente da Secretaria de Estado de Sua Santidade, pela intervenção direta do próprio Pio XII”, acrescentou.

“Comigo atuavam ao menos 12 sacerdotes alemães em Roma”, prosseguiu o padre, explicando que a rede recebia também uma ajuda decisiva da polícia, em particular do chefe adjunto de Mussolini, Romeo Ferrara, que lhe informava o local onde estavam escondidas as famílias judias para que pudessem levar os passaportes " – “mesmo à noite”.

Padre Centioni lembra uma dessas ocasiões, em que o policial o enviou durante a noite, advertindo-o para ir vestido com os trajes de Capelão para que “não fosse preso por soldados alemães”, a uma casa na qual estava escondida uma família judia de nome Bettoja.

O sacerdote diz lembrar “nitidamente” do medo e das dificuldades na operação, inclusive por parte das famílias que ajudava. “Bati à porta, mas não quiseram abrir. Disse então que não temessem, pois era um capelão e vinha para ajudar, para trazer os passaportes”; “juro, vocês podem ver através do olho-mágico da porta”, e então foi finalmente recebido pela senhora Bettoja com as crianças.

“Disse a ela: saiam amanhã antes das 7 em seu automóvel, porque às 7 poderão cruzar a fronteira pelo Lácio em direção a Gênova”. Fugiram e se salvaram. “Foi uma das tantas famílias”, disse.

As atividades da rede se iniciaram antes mesmo da invasão alemã na Itália, lembra o padre Centioni, e prolongou-se "até onde eu sei, até depois de 45, porque as relações do padre Weber com o Vaticano e os judeus eram muito vivas”.

"Entre aqueles que posteriormente colaboraram conosco, havia dois judeus que escondemos: um homem de letras, (Melchiorre) Gioia, e um grande músico e compositor de Viena, autor de canções e operetas, Erwin Frimm”.

“Todas pessoas de coragem”, disse. “Nos ajudaram muito com informações precisas” - reconheceu” – “mesmo colocando sua própria vida em risco”.

“Ajudei Ivan Basilius, um espião russo, que eu não sabia que era russo nem espião; era judeu. Foi preso pela SS e nas revistas, encontraram meu nome em suas anotações. Então, convocou-me a Santa Sé, sua excelência Hudal [alto e influente prelado alemão em Roma], dizendo: “venha para cá, pois a SS quer prendê-lo”. Perguntei: “Mas o que fiz?” - “Você ajudou um espião russo”. “Eu? Quem é?” - Então escapei.

Pe. Centioni, como capelão, conheceu pessoalmente o oficial alemão Herbert Kappler, comandante da Gestapo em Roma e autor do massacre das Fossas Ardeatinas, no qual 335 italianos foram assassinados, entre os quais muitos civis e judeus.

“Durante a invasão alemã, logo após a carnificina, perguntei a Kappler, a quem via com freqüência: por que não chamaram os capelães militares para as Fossas Andreatinas? E ele me respondeu: porque teria eliminado também eles”.

Pe. Centioni assegura que as centenas de pessoas que pôde ajudar tinham conhecimento de quem estava por trás de tudo. “Quem os ajudava era o Papa Pio XII, por meio de nós sacerdotes e da Raphael's Verein”, e através dos Verbitas, sociedade alemã em Roma. A entrevista foi concedida à Agência ZENIT e à Agência H2ONews (www.h2onews.org

sábado, 14 de maio de 2011

Cem anos de pedofilia


Olavo de Carvalho

O Globo, 27 de abril de 2002

http://www.olavodecarvalho.org/semana/04272002globo.htm



Na Grécia e no Império Romano, o uso de menores para a satisfação sexual de adultos foi um costume tolerado e até prezado. Na China, castrar meninos para vendê-los a ricos pederastas foi um comércio legítimo durante milênios. No mundo islâmico, a rígida moral que ordena as relações entre homens e mulheres foi não raro compensada pela tolerância para com a pedofilia homossexual. Em alguns países isso durou até pelo menos o começo do século XX, fazendo da Argélia, por exemplo, um jardim das delícias para os viajantes depravados (leiam as memórias de André Gide, “Si le grain ne meurt”).

Por toda parte onde a prática da pedofilia recuou, foi a influência do cristianismo — e praticamente ela só — que libertou as crianças desse jugo temível.

Mas isso teve um preço. É como se uma corrente subterrânea de ódio e ressentimento atravessasse dois milênios de história, aguardando o momento da vingança. Esse momento chegou.
O movimento de indução à pedofilia começa quando Sigmund Freud cria uma versão caricaturalmente erotizada dos primeiros anos da vida humana, versão que com a maior facilidade é absorvida pela cultura do século. Desde então a vida familiar surge cada vez mais, no imaginário ocidental, como uma panela-de-pressão de desejos recalcados. No cinema e na literatura, as crianças parecem que nada mais têm a fazer do que espionar a vida sexual de seus pais pelo buraco da fechadura ou entregar-se elas próprias aos mais assombrosos jogos eróticos.

O potencial politicamente explosivo da idéia é logo aproveitado por Wilhelm Reich, psiquiatra comunista que organiza na Alemanha um movimento pela “libertação sexual da juventude”, depois transferido para os EUA, onde virá a constituir talvez a principal idéia-força das rebeliões de estudantes na década de 60.

Enquanto isso, o Relatório Kinsey, que hoje sabemos ter sido uma fraude em toda a linha, demole a imagem de respeitabilidade dos pais, mostrando-os às novas gerações como hipócritas sexualmente doentes ou libertinos enrustidos.

O advento da pílula e da camisinha, que os governos passam a distribuir alegremente nas escolas, soa como o toque de liberação geral do erotismo infanto-juvenil. Desde então a erotização da infância e da adolescência se expande dos círculos acadêmicos e literários para a cultura das classes média e baixa, por meio de uma infinidade de filmes, programas de TV, “grupos de encontro”, cursos de aconselhamento familiar, anúncios, o diabo. A educação sexual nas escolas torna-se uma indução direta de crianças e jovens à prática de tudo o que viram no cinema e na TV.

Mas até aí a legitimação da pedofilia aparece apenas insinuada, de contrabando no meio de reivindicações gerais que a envolvem como conseqüência implícita.

Em 1981, no entanto, a “Time” noticia que argumentos pró-pedofilia estão ganhando popularidade entre conselheiros sexuais. Larry Constantine, um terapeuta de família, proclama que as crianças “têm o direito de expressar-se sexualmente, o que significa que podem ter ou não ter contatos sexuais com pessoas mais velhas”. Um dos autores do Relatório Kinsey, Wardell Pomeroy, pontifica que o incesto “pode às vezes ser benéfico”.

A pretexto de combater a discriminação, representantes do movimento gay são autorizados a ensinar nas escolas infantis os benefícios da prática homossexual. Quem quer que se oponha a eles é estigmatizado, perseguido, demitido. Num livro elogiado por J. Elders, ex-ministro da Saúde dos EUA (surgeon general — aquele mesmo que faz advertências apocalípticas contra os cigarros), a jornalista Judith Levine afirma que os pedófilos são inofensivos e que a relação sexual de um menino com um sacerdote pode ser até uma coisa benéfica. Perigosos mesmo, diz Levine, são os pais, que projetam “seus medos e seu próprio desejo de carne infantil no mítico molestador de crianças”.
Organizações feministas ajudam a desarmar as crianças contra os pedófilos e armá-las contra a família, divulgando a teoria monstruosa de um psiquiatra argentino segundo a qual pelo menos uma entre cada quatro meninas é estuprada pelo próprio pai.
A consagração mais alta da pedofilia vem num número de 1998 do “Psychological Bulletin”, órgão da American Psychological Association. A revista afirma que abusos sexuais na infância “não causam dano intenso de maneira pervasiva”, e ainda recomenda que o termo pedofilia, “carregado de conotações negativas”, seja trocado para “intimidade intergeracional”.
Seria impensável que tão vasta revolução mental, alastrando-se por toda a sociedade, poupasse miraculosamente uma parte especial do público: os padres e seminaristas. No caso destes somou-se à pressão de fora um estímulo especial, bem calculado para agir desde dentro. Num livro recente, “Goodbye, good men”, o repórter americano Michael S. Rose mostra que há três décadas organizações gays dos EUA vêm colocando gente sua nos departamentos de psicologia dos seminários para dificultar a entrada de postulantes vocacionalmente dotados e forçar o ingresso maciço de homossexuais no clero. Nos principais seminários a propaganda do homossexualismo tornou-se ostensiva e estudantes heterossexuais foram forçados por seus superiores a submeter-se a condutas homossexuais.
Acuados e sabotados, confundidos e induzidos, é fatal mais dia menos dia muitos padres e seminaristas acabem cedendo à geral gandaia infanto-juvenil. E, quando isso acontece, todos os porta-vozes da moderna cultura “liberada”, todo o establishment “progressista”, toda a mídia “avançada”, todas as forças, enfim, que ao longo de cem anos foram despojando as crianças da aura protetora do cristianismo para entregá-las à cobiça de adultos perversos, repentinamente se rejubilam, porque encontraram um inocente sobre o qual lançar suas culpas. Cem anos de cultura pedófila, de repente, estão absolvidos, limpos, resgatados ante o Altíssimo: o único culpado de tudo é... o celibato clerical! A cristandade vai agora pagar por todo o mal que ela os impediu de fazer.
Não tenham dúvida: a Igreja é acusada e humilhada porque está inocente. Seus detratores a acusam porque são eles próprios os culpados. Nunca a teoria de René Girard, da perseguição ao bode expiatório como expediente para a restauração da unidade ilusória de uma coletividade em crise, encontrou confirmação tão patente, tão óbvia, tão universal e simultânea.
Quem quer que não perceba isso, neste momento, está divorciado da sua própria consciência. Tem olhos mas não vê, tem ouvidos mas não ouve.

Mas a própria Igreja, se em vez de denunciar seus atacantes preferir curvar-se ante eles num grotesco ato de contrição, sacrificando pro forma uns quantos padres pedófilos para não ter de enfrentar as forças que os injetaram nela como um vírus, terá feito sua escolha mais desastrosa dos últimos dois milênios.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Triste Páscoa dos Chineses

Paulo Henrique Américo, do IPCO

A Páscoa para alguns católicos chineses foi triste. É o que nos diz a notícia da Folha de São Paulo intitulada: “China prende 36 fiéis de igrejas ‘subterrâneas’, publicada no dia 25 de abril passado.

Na China, a igreja ‘subterrânea’ é o nome dado à verdadeira Igreja Católica que se mantém unida à Santa Sé.

A “igreja católica oficial” , digamos assim, está submetida ao Partido Comunista Chinês e não presta obediência a Roma.

O governo chinês fez questão de incrementar as perseguições aos católicos fiéis a Roma justamente durante a vigília pascal: “autoridades chinesas invadiram ontem dezenas de casas e prenderam ao menos 36 pessoas em Pequim. Os fiéis estavam prestes a celebrar a Páscoa em uma praça pública ao noroeste da capital chinesa”, afirma a notícia citada.

Apesar da clara perseguição, os mandatários chineses ainda insistem que há liberdade no país: “O governo alega que no país há liberdade de religião, garantida pela Constituição chinesa”, continua a notícia. É o cinismo dos mais desabridos do comunismo chinês.

Nós que vivemos num País onde, por enquanto, há liberdade para os católicos, devemos rezar por esses chineses, nossos irmãos na fé.

Rezemos para que seja desmascarada a hipocrisia do comunismo chinês e para que Nossa Senhora Imperatriz da China faça a Santa Igreja florescer nessa grande nação.

Fonte: http://pesadelochines.blogspot.com/search?updated-min=2011-01-01T00%3A00%3A00-02%3A00&updated-max=2012-01-01T00%3A00%3A00-02%3A00&max-results=12

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A arte que alimenta corações e sonhos

Diogo Leão e Sabrina Assupmção

Não só como um “pássaro de fogo que canta” aos ouvidos de muitas pessoas, mas também como “um diamante descoberto” em Minas, lugar de “tantos artistas que são diamantes ocultos”. Assim a cantora e compositora Paula Fernandes, 25, explica o fenômeno de sua carreira artística. Para compor e interpretar uma de suas canções, ‘Seio de Minas’, por exemplo, conta que não precisou se inventar.
— Sou filha de Sete Lagoas e me orgulho de ser mineira. Comecei a cantar aos oito anos de idade, simplesmente por gostar de cantar.
Aos dez anos de idade, a cantora lançou seu primeiro disco independente. Já, com 12 anos, uma vez contratada por uma companhia de rodeios, com “alma viajante” e “coração independente”, como gosta de dizer, parafraseando versos de sua canção “Pássaro de Fogo”, viajou por todo o Brasil. Hoje, com cinco álbuns gravados, Paula apresenta uma rica diversidade artística com temas que vão de MPB, música pop, sertanejo de raiz até pitadas de world music.
A respeito de sua vida profissional, diz que se sente “duplamente responsável”.
— Trago as mensagens em forma de canção e assim as interpreto; saber que minha arte alimenta sonhos e corações do país inteiro me inspira e nutre os meus dias.
Sobre Minas Gerais, além de ressaltar as belezas naturais do lugar, Paula menciona algumas das riquezas que afirma encontrar na alma e no comportamento dos mineiros: “cultura, humildade, sinceridade, hospitalidade, doçura e honra, valores de família e tradição, princípios que carrego comigo e que são minha referência”.
Para um turista que vierem a Minas, Paula recomenda visitar a Serra do Cipó em toda a sua extensão. Principalmente a cachoeira do Tabuleiro, com 273 metros de altura — “uma maravilha!”. Como a gastronomia também não pode ficar de fora o frango caipira com quiabo e angu, o prato preferido da cantora.